sexta-feira, 19 de março de 2010

B.B King no Brasil

O título de "Rei de Blues" não foi dado a BB King por acaso. O guitarrista americano, aos 84 anos, trouxe seu cetro, a inseparável Lucille, para registrar novamente sua majestade nessa quinta-feira (18) no Bourbon Street, em São Paulo.

Esbanjando simpatia e bom humor, o guitarrista subiu ao palco pouco depois das 22h. Vale lembrar que 30 minutos antes disso, sua guitarra, a lendária Lucille, já era alvo de constantes flashes do público, cerca de 400 pessoas, enquanto descansava no lugar que seria tomado pelo americano. "Não aprendi nem inglês direito, imagina português então", disse arrancando risos da plateia. "Tem uma palavra que eu sei dizer, mal, mas sei. E ela é obrigado", completou.

Depois de sua competente banda tocar dois temas instrumentais para abrir o show, BB King assumiu a guitarra com um sonoro estrondo nas cordas, mostrando que não iria tratá-la com gentileza, por enquanto. Logo nas primeiras notas, o inconfundível timbre fechado e cheio de clima logo tomou o ar da casa junto com os precisos riffs e fraseados característicos que marcam a personalidade de BB King.

É verdade que o guitarrista não empunha seu instrumento com tanta frequência como antes, mas, quando o faz, dá uma lição ao passear pelas escalas pentatônicas, típicas dos bluesmen, sem firulas e certo do que está fazendo. "Dizem que Deus dá uma coisa só para nós usarmos e não podermos gastar", disse justificando sua voz. No entanto, o vozeirão de BB King estremeceu o local com o refrão de Rock Me Baby e encheu de emoção com See That My Grave is Kept Clean.

Sempre interrompendo as canções, BB King não se preocupa em tomar mais fôlego ou secar o rosto. Seu negócio é conversar. O guitarrista, que logo que pisou no palco distribuiu diversas palhetas, fez questão de interagir com o público e conversar sobre os mais variados temas. Filhos, morte, carreira e até Viagra. "Eu tenho dois doutores. Um deles é o Dr. Viagra. Ah, vocês também o conhecem?", disse o músico, arrancando novamente risos e aplausos dos fãs. O bluesman/comediante ainda se explicou. "As pessoas acham que só porque a gente canta o blues, precisa estar triste o tempo todo", afirmou. Ao falar de música, King alfinetou os rappers. "Tenho algo em comum aqui com esses rapazes. Gosto de olhar as mulheres bonitas. Algo que me incomoda é o rap. Fico tão bravo quando esses caras falam mal das garotas", esbravejou. "Eu sou do Mississipi, se eles tiverem algum problema com isso, podem ir lá falar comigo", completou, arrancando risos de seus instrumentistas.

BB King seguiu sua apresentação tocando canções como Let the Good Times Roll, Rock Me Baby, Key to the Highway, When Love Comes to Town, Woke Up This Morning (My Baby's Gone) e até uma versão bem-humorada de You Are My Sunshine, que fez algumas senhoras se levantarem no fundo do bar para dançar.

Com não podia ser diferente, BB King foi coroado novamente ao ser aplaudido de pé pela plateia e agradeceu todos sempre com simpatia e bom humor. Enquanto muitos fãs se perguntavam nas mesas se esta seria a última vez do guitarrista no Brasil, já que o americano chegou a recebeu ordens médicas de parar com as turnês, ele foi direto. "Ainda não estou pronto para isso".

BB King ainda se apresenta nesta sexta e sábado no Via Funchal, em São Paulo. Informações no telefone (11) 3089 - 6999.
Fonte: Redação Terra

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